Voyeur #4


- Rosto arredondado, nariz delicado, cabelos ruivos (a beleza das ruivas...), lisos, presos atrás e caído ao lado em seu rosto, emoldurando vida e felicidade... um sorriso muito gostoso.

- Três gerações de mulheres, caminhando lado a lado. Avó, mãe e filha, sorridentes, e a herança genética inegável. Um tipo de união difícil de descrever, mas quase palpável. Jovens, todas elas, cada uma à sua maneira.

- Existe um tipo de rosto, com o queixo mais alongado que, quando forma uma boa composição, os olhos grandes e a boca carnuda... puta que pariu!

- Uma tatuagem na nuca, de um desses símbolos de raves, que eu não sei identificar. Cabelos presos em um coque descabelado, pra deixá-la à mostra. Exemplo dessa liberdade juvenil, sempre um pouco agressiva. Uma blusa solta, um andar firme. Calça jeans e tênis all-star. Finge um olhar distraído, mas dá pra perceber que anda atenta. Rosto anguloso, sobrancelhas escuras, um nariz bonito e delicado. Boca carnuda, com sorriso encantador. Certeza de um beijo bom, gostoso; macio e molhado. Beijo com mordidas. Tudo trai aquela ligação com instinto, com o movimento. Deve dançar bem, ou pelo menos pirar com isso. Olhos penetrantes. De toda a mesa, onde está sentada, é a que bebe a bebida mais encorpada. Quando se inclina pra trás, na cadeira, deixa os braços caídos na mesma direção – se estica. A blusa, solta, se ajusta no corpo; seios lindos, convidativos – e um balançar firme aos movimentos bruscos dos braços.

- A jovem professora, um corpo bonito, mesmo que talvez marcado por uma gravidez recente. Uma maternalidade prática e direta, capaz de controlar as crianças que educa, sem negar um carinho merecido.

- Vendo duas meninas se namorando a gente entende o carinho feminino, que é só delas. Coisa sutil, sem pegação nenhuma em público, devem ser espertas já, sabem que isso choca e é desnecessário bater cara na parede. Mas acho lindo a delicadeza nessa hora. Um simples roçar de pontas de dedos, de uma e outra, que querem dizer tudo. Um sorriso com cumplicidade. As duas olham pro mesmo lado, quase automaticamente, quando uma delas insinua mudar a direção do olhar. Parece ensaiado, mas é só o exercício da intimidade. Um cochicho no ouvido e a outra se agasta com uma cara um pouco séria, mas dizendo “hoje tem”. E as pessoas ainda com preconceito dessas coisas.

- Tantos corpos me atraem, tantos rostos me mostram belezas, tantos olhares me atiçam curiosidade... seria bom encontrar alguém conhecido agora, trocar algumas palavras...


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Creditos:
Texto e fotografia: Thiago Carvalho (todos os direitos reservados)
Publicado no blog O Inimigo do Bom é o Melhor

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